Parte do inglês que eu aprendi nessa vida foi com música, quando eu saí do interior pra capital, comecei a estudar por conta e foi com música que eu comecei a entender e traduzir sozinha o idioma. O Linkin Park foi uma das bandas que eu estudava inglês, conheci eles nessa mesma época e além de tudo, eles também me ajudaram a superar os problemas que tive no começo da adolescência.

Eu sou fã de muita gente e de muitos artistas dos anos 80, 90 e 2000, foram eles que me ajudaram quando eu tive problemas, eles me mostrava nas músicas que eu não era a única a sofrer com o peso do mundo e da vida que estava mudando. Músicas com letras tristes podem ser a saída de uma vida triste, quando notei que eu não era a única e que aqueles artistas estavam superando e tendo êxito em suas vidas, mesmo depois dos problemas, eu vi que podia também e tirei minha força da força deles.

Hoje, no trem, voltando pra casa, cheguei a fazer uma lista de itens para escrever aqui sobre Chester, a banda e minha vida relacionada a tudo isso, mas se tornaria um texto jornalístico, com coisas que outros críticos de música e também médicos comentarão e vocês poderão ler em outros sites, sobre a pressão dos fãs, haters, mídia... sobre depressão, drogas, suicídio... Mas nem peguei meu caderninho, é quase meia-noite agora e eu estou escrevendo de coração, apenas passando pra cá o que estou sentindo.

Lembro que em 2014 viajei pra SC e choveu, ficamos no hotel olhando tv uma tarde inteira e vi um documentário que contava a história da banda, naquele dia meu amor e respeito por cada um deles aumentou, me motivei a correr atrás de muitas coisas e senti um orgulho danado de todos, aquilo fez o sentimento de fã ficar mais forte e hoje pensei que mesmo depois de tantas vitórias, Chester nos deixou.

Não pude ir no show que fizeram em Poa, faltou dinheiro, hoje o sentimento bateu forte e sofri muito por pensar que eu perdi a chance de ver ele de perto (de ver a banda toda, que a gente nem sabe se vai seguir ou não - eu acho que deveriam parar). A voz, o jeito, a presença, o sentimento do Chester no palco, cada live que já vi e que ainda verei me fazem ter orgulho da pessoa que ele foi e do legado que fica, não só pros 6 filhos dele, mas pra todos que amamos Linkin Park e que aprendemos com eles.

Nem vai dar pra colocar uma foto nesse post porque estou correndo pra postar ainda no dia 20, mas a lembrança que fica é dos alargadores nas orelhas de abano, das tatuagens conhecidas nos pulsos e do sorriso, que além da voz, completavam o combo apaixonante chamado Chester Bennington.

Hoje eu chorei muito, estou me segurando pra não chorar escrevendo este texto, mas o amor e a gratidão são maiores do que a tristeza. Obrigada por ter me ajudado com tuas músicas, obrigada por ter me ajudado a prender inglês, obrigada por ter me feito gostar de vocais "rasgados" numa época que eu me negava a ouvir músicas assim, tu marcou uma fase nova da minha vida, Chester, me fez conhecer estilos que amo até hoje e colaborou pra minha sanidade mental.

Tu nunca soube da minha existência, eu jamais pude te ajudar como tu ajudou tanta gente (mesmo sem saber), mas obrigada mesmo assim, tu já está num lugar melhor, vendo todo esse nosso amor, infelizmente é tarde e não te traremos de volta, mas tu está vivo no nosso coração e viverá pra sempre, onde tiver alguém te ouvindo cantar.

Muito obrigada Chester Bennington, a dor acabou, tu está livre agora, segue cuidando da gente, seja onde tu estiver. <3


Um Comentário